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Chiado – O lugar urbano na contemporaneidade / (Re)visitar a perspetiva de Joshua Benoliel

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5 > 26 JUNHO I GALERIA FBAUL

Fotografia de Miguel Proença. 2015


 

A cidade representou um objeto de  interesse para a fotografia  nos finais do século XIX, enquanto base de experimentação e de criatividade sobre os seus lugares, assim como na  representação  das realidades visíveis e invisíveis.

Tendo em consideração o novo contexto sócio – cultural da Europa no período da modernidade, o protagonismo das suas cidades, renovadas e progressistas,  que encontraram  similitudes entre si,  registamos a construção sedimentada de novos lugares urbanos caracterizadores das suas paisagens culturais.

A apreensão, interpretação e representação da paisagem urbana, pelos primeiros fotógrafos do século XX,  tais como Eugéne Atget ( 1857-1927  )   e Georg Brassai ( 1899-1984 ),  sobre a cidade de  Paris, ou  Joshua Benoliel ( 1873-1932 ),  sobre a cidade de Lisboa, contribuem para a  reconstrução, na contemporaneidade,  das memórias e  pré-existências da sua  fisicidade,   da arquitetura e da urbanidade , e da  imaterialidade  da sua vida urbana. 

O Chiado é um lugar de relações complexas e em constante transformação  atendendo à  sua dimensão espácio- temporal, este continua a estabelecer relações  com o seu interland assim como com outras metrópoles,  importando tendências para a sua urbanidade e vida urbana.

A experiência deste lugar, na perspetiva de Joshua Benoliel, exige, primeiro uma imersão na sua obra , plena de  modernidade e de  contemporaneidade, e segundo,  uma visitação à dinâmica da vida urbana do  Chiado de novecentos, para posteriormente compreender o seu genius locci , intemporal, que o distingue dos demais, e que apela a   uma deambulação pelos seus recantos, promovendo a experiência e imersão  individual e/ou coletiva.  

As  narrativas urbanas do Chiado, representam, como no inicio do século, um “cenário” útil à criatividade e representatividade da fotografia contemporânea,  no registo da  mutação dos seus aspetos materiais e imateriais. 

A experiência do lugar através do exercício fotográfico sobre o Chiado, proposto aos  participantes no Workshop de Fotografia, orientado pelo fotógrafo Paulo Catrica, e realizado em abril de 2015, teve como objeto  uma  interpretação actual  apoiada na perspetiva de Joshua Benoliel,  e tendo como fim a definição de  um programa curatorial  para a  presente exposição.

Da interpretação do Chiado contemporâneo resultaram  oito  pontos de vista,   conceitos e  abordagens diferentes sobre um mesmo lugar, que contribuíram  para o enriquecimento  do exercício curatorial decorrente da realização do  Workshop,  que serviu igualmente de exercício académico,  útil à tese de doutoramento sobre o tema “A paisagem na cidade, da modernidade à contemporaneidade – um exercício curatorial”.

Joseph Rodrigues


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